quarta-feira, 19 de dezembro de 2012


Os dilúvios

Era uma época diferente da nossa, menos tecnológica, menos informação, menos habitantes, mas era a mesma e velha terra. Diz as Sagradas e polêmicas escrituras bíblicas: “o fim de toda carne é vindo perante a minha face, e eis que os desfarei com a terra (...)”. Era o prenúncio do dilúvio Bíblico. O patriarca Noé, por ordem divina, construiu uma grande embarcação e salvou sua pele.

Não entrando no mérito de uma inundação parcial, total, ou quiçá, uma representação simbólica, o que todos lembramos quando se fala em dilúvio é de águas, torrentes descendo sobre a terra e destruindo tudo à sua volta.

Nesses últimos dias, observamos a mesma natureza se revoltando com Tsunamis, chuvas torrenciais.  Quem se esquecerá de New Orleans destruída, do terremoto na Itália e o que dizer dos mais miseráveis dos miseráveis, os haitianos. Então fico refletindo, por que tudo isso acontece? Vejo o desespero dos atingidos e por fim a solidariedade humana.

Por que tudo isso acontece? O planeta azul está mais uma vez em constante mudança, seu interior se remove, suas antigas rochas se deslocam, os mares respondem. Mas a responsabilidade não é somente da mãe natureza, somos nós também, sim, quando nos atos mais simples , como jogar lixo nas calçadas, nos valos, até as mais bizarras e mal intencionadas atitudes de desmatamentos, destruição da camada de ozônio e afins.

Tenho assistido o desespero dos atingidos, pessoas boas ou más, pretos, brancos, pobres ou ricos e até santos (Zilda Arns), missionários, todos ficaram impotentes perante os furacões, os tsunamis, as enchentes, os terremotos. Pobres choram porque perderam seu “tudo”, os ricos choram seus familiares, amigos, afetos, é uma dor tão grande que machuca até quem assiste.

O ser humano ao contemplar a dor do seu semelhante fica sensível, os fenômenos da natureza deixam pessoas sem casas, sem roupas, sem comidas, sem seu “tudo”. É lógico que alguns não se importam. Mas a maioria do povo é inundado por um dilúvio de bondade, generosidade e ajudam seu semelhante de alguma maneira.

O dilúvio de Noé, as erupções vulcânicas, os tsunamis asiáticos, os furacões devastadores, as enchentes no Brasil, em são Paulo, no Mato Grosso, os mais miseráveis no Haiti e até mesmo a poluição descontrolada do nosso, Rio dos Sinos, me faz refletir: existe uma força regendo tudo isso, pode ser Elohim de Noé, Javé de Moisés, Buda, Alah, Cristo, ou outra divindade que, apesar de permitir a destruição, também constrange o coração dos demais para compartilhar a solidariedade para com o próximo.