Os dilúvios
Era uma época diferente da
nossa, menos tecnológica, menos informação, menos habitantes, mas era a mesma e
velha terra. Diz as Sagradas e polêmicas escrituras bíblicas: “o fim de toda
carne é vindo perante a minha face, e eis que os desfarei com a terra (...)”.
Era o prenúncio do dilúvio Bíblico. O patriarca Noé, por ordem divina,
construiu uma grande embarcação e salvou sua pele.
Não entrando no mérito de uma
inundação parcial, total, ou quiçá, uma representação simbólica, o que todos
lembramos quando se fala em dilúvio é de águas, torrentes descendo sobre a
terra e destruindo tudo à sua volta.
Nesses últimos dias, observamos
a mesma natureza se revoltando com Tsunamis, chuvas torrenciais. Quem se esquecerá de New Orleans destruída,
do terremoto na Itália e o que dizer dos mais miseráveis dos miseráveis, os
haitianos. Então fico refletindo, por que tudo isso acontece? Vejo o desespero
dos atingidos e por fim a solidariedade humana.
Por que tudo isso acontece? O
planeta azul está mais uma vez em constante mudança, seu interior se remove,
suas antigas rochas se deslocam, os mares respondem. Mas a responsabilidade não
é somente da mãe natureza, somos nós também, sim, quando nos atos mais simples
, como jogar lixo nas calçadas, nos valos, até as mais bizarras e mal
intencionadas atitudes de desmatamentos, destruição da camada de ozônio e afins.
Tenho assistido o desespero dos
atingidos, pessoas boas ou más, pretos, brancos, pobres ou ricos e até santos
(Zilda Arns), missionários, todos ficaram impotentes perante os furacões, os
tsunamis, as enchentes, os terremotos. Pobres choram porque perderam seu
“tudo”, os ricos choram seus familiares, amigos, afetos, é uma dor tão grande
que machuca até quem assiste.
O ser humano ao contemplar a
dor do seu semelhante fica sensível, os fenômenos da natureza deixam pessoas
sem casas, sem roupas, sem comidas, sem seu “tudo”. É lógico que alguns não se
importam. Mas a maioria do povo é inundado por um dilúvio de bondade,
generosidade e ajudam seu semelhante de alguma maneira.
O dilúvio de Noé, as erupções
vulcânicas, os tsunamis asiáticos, os furacões devastadores, as enchentes no
Brasil, em são Paulo, no Mato Grosso, os mais miseráveis no Haiti e até mesmo a
poluição descontrolada do nosso, Rio dos Sinos, me faz refletir: existe uma
força regendo tudo isso, pode ser Elohim de Noé, Javé de Moisés, Buda, Alah,
Cristo, ou outra divindade que, apesar de permitir a destruição, também
constrange o coração dos demais para compartilhar a solidariedade para com o
próximo.